Foi o dia em que o Papa Bento XVI foi eleito em 2005. Eu era estudante em Roma. Meus amigos e eu estávamos na Praça de São Pedro de manhã, a tempo da votação, e saiu fumaça preta da chaminé no topo da Capela Sistina. Isso significava que o Papa ainda não havia sido eleito. Havia rumores de que uma segunda votação seria realizada pelos Cardeais à tarde, mas era apenas um rumor. Como eu estava me sentindo doente com uma leve febre, decidi voltar para o apartamento e descansar, pensando que a votação da tarde também terminaria com fumaça preta.
Saí da Praça de São Pedro em direção ao apartamento, fui direto para o meu quarto, querendo tirar uma soneca. Enquanto eu me deitava na cama, “ouvi” essa voz, ou era mais como uma voz interior. Eu não consigo realmente descrevê-la. Não foi como se eu a ouvisse com meus ouvidos, era quase como se eu a entendesse como se entendesse um pensamento. Ela disse: “Vá para a Praça de São Pedro”. Minha resposta foi: “Mas eu acabei de sair de lá, estou doente. Vou tirar uma soneca”. A voz insistiu: “Vá para a Praça de São Pedro AGORA”. Minha resposta novamente foi: “Não, vou tirar uma soneca”. Pela terceira vez, ela reiterou de forma muito mais séria: “VAI… PARA… A PRAÇA… DE… SÃO… PEDRO… AGORA!”
Minha resposta: “Ok, ok. Eu vou.” Então eu me levantei, saí do apartamento e esperei o ônibus para São Pedro. Naquela multidão de milhares de pessoas, encontrei um amigo meu que me disse que uma votação acabara de ser realizada pelos Cardeais. Em cerca de 20 a 30 minutos, saiu fumaça da chaminé da Capela Sistina, era cinza. Mas, de alguma forma, interiormente, eu sabia que eles já tinham escolhido um Papa. Todos ao meu redor pensavam que voltaria a ser fumaça preta novamente, mas eu disse ao meu amigo para correr comigo para a frente da multidão, mais perto da varanda da Basílica, onde o Papa seria apresentado. Fizemos isso, e assim que a fumaça estava ficando branca, uma massa inteira de pessoas se esmagou atrás de nós, mas conseguimos ficar perto de onde o Papa seria apresentado. Em uma hora ou mais, Bento XVI estava naquela varanda. Foi quando eu soube que a “voz” era o meu anjo da guarda.
~Alphonso P.
